domingo, 21 de outubro de 2007

O velho com cara de novo...

Vendo o trailer...
- Esse filme parece ser legal... Vamos assisti-lo?
- Combinado!
Na fila pra comprar o ingresso...

- Amiga, vamos assistir a outro filme? Se a gente tem a possibilidade de pagar só um ingresso, por que pagar dois?! Vai que o filme é ruim?!
- Ah não, a gente combinou de ver esse.
No meio do filme...
- Amiga, vou tirar um cochilo.
- Entendo...
Depois do filme...

- Ai, amiga, bem que você disse pra gente ver outro.
- Eu falei, eu falei. Totalmente enganadas pelo trailer.

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Na última segunda-feira, dia 15, o destino foi uma sala de cinema. O filme? Bratz, inspirado nas bonecas da marca Gulliver que levam o mesmo nome. A receita do filme? Quatro amigas de longa data entrando numa escola dividida em grupos durante os intervalos e que, por interesses diferentes, entram em tribos distintas. Sempre tem a líder de torcida, a esportista, a nerd – e, no caso, esta gosta de moda também – e a quarta não entra em grupo algum. Ah, claro, e a patricinha da escola que gerencia todos os grupos, obviamente com suas amigas que tentam ser tão popular quanto ela, mas aceitam o cargo de “quase-tão-populares”. Já viu algo parecido?! Quase inédito, né?! Hehehehe. É, a fórmula é mesmo familiar... Um filme com a mesma temática e que está em alta na mídia é High School Music; ambos tratam de valores como amizade e amor envoltos na música.
Esses filmes costumam agradar ao público infantil, o que nem sempre acontece com os adultos e os mais exigentes. Isso ficou bem explícito quando eu questionei duas garotinhas e os pais delas (eles pediram pra não expor os nomes) na saída do filme sobre a qualidade do mesmo; as pequenas adoraram tudo, dos atores – os típicos adolescentes de filmes desse gênero – aos figurinos que seguiram as tendências – muita oncinha, sobreposição, acessórios. Já os pais não concordaram muito, falaram que o filme deixou a desejar um pouco, mas souberam explicar o que realmente queriam dizer com “A gente tem que assistir ao filme com a visão das crianças. Tem que desligar o criticômetro.”.
Bratz foi assim. O tema é batido; a fórmula, conhecida; o roteiro, pouco original. O filme deixa a desejar com a sua superficialidade. Sei que as pessoas tendem a apreciar o “velho com cara de novo”, a história contada mil vezes com um detalhe a mais aqui, outro acolá, mas nem esses detalhezinhos serviram pra valer a pena o preço da entrada.
É, meu criticômetro estava ligadíssimo!
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No dia 12 de outubro, o teatro deu adeus a um grande mestre. Paulo Autran de 85 anos sofria de câncer de pulmão e enfisema pulmonar. Ele pediu à esposa, Karin Rodrigues, que divulgasse o cigarro como o causador de sua morte. É o que eu costumo dizer: as pessoas exemplares vão mais cedo.

Juízo.
Um beijo!

Um comentário:

Nós dois disse...

Ainda bem que existe a meia, ai o prejuizo e menor... Como conseguiu assistir o filme ate o fim? rs
Pior que o circuito comercial esta cheio deles!
Fazer o que ne, a galera ainda tacha os bons filmes de "chatos"...
Mas enfim, mania de "colonizados".
bjos

Obs: bom texto!