sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Sobre arte...

Tela, pincel, tinta. Papel, canetinha, lápis de cor. Computador, mouse, paint. Atalhos como lápis, pincel, spray, preencher com cor. O avanço na tecnologia faz com que a arte evolua. Os artistas, também.
O começo do século XX foi marcado por invenções que deixaram o homem da época perplexo, entre elas, a presença da máquina no cotidiano. Como era de se esperar, essas transformações representaram mudanças na arte, também.




(1) Os artistas, que aderiram ao Expressionismo, tentavam traduzir em linhas e cores as emoções humanas. A tendência consistia em deformar a realidade. Eles o faziam fugindo às tradicionais regras de equilíbrio da composição, de harmonia das cores e de regularidade da forma.






(2)Já os fauvistas - pintores do Fauvismo -, que não representavam a realidade tal como ela é e sim a sugeriam, não eram tão radicais. Seguiam dois princípios: o de simplificação das formas das figuras e o emprego de cores puras, sem misturá-las ou matizá-las.





(3 e 4) O Cubismo se dava pela representação de todas as partes do objeto no mesmo plano, deixando de lado a busca da perspectiva e das três dimensões – característica que os renascentistas tanto tentavam imprimir em suas pinturas. O estilo se dividiu em duas vertentes: cubismos analítico e sintético.
O primeiro consistia em apresentar todos os lados de um tema simultaneamente, usando para isso poucas cores - preto, cinza e alguns tons de marrom e ocre. Extremistas, a fragmentação da figura era tão intensa que impossibilitava o reconhecimento da mesma.
O segundo foi uma forma de tornar reconhecíveis as figuras. Entretanto, essa recuperação da imagem real parou por aí, não significou retratar a realidade do tema. Introduziram-se letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e outros – o que também o concedeu o nome de Colagem – no intuito de criar efeitos plásticos e, assim, ultrapassar as sensações visuais oferecidas pela pintura.







(5, 6 e 7) Os artistas que perpetuaram o Abstracionismo não imprimiam qualquer relação imediata entre suas cores e formas e as cores e formas de um ser, o que excluía a representação da realidade – cenas histórias, literárias, mitológicas ou religiosas. A pintura abstracionista foi divida em dois segmentos, o geométrico e o informal. No primeiro, cores e formas eram organizadas para que a composição final fosse somente a expressão de um conceito geométrico. No segundo a criação de formas e cores era livre, pois seguiam os sentimentos e as emoções. O abstracionismo gerou, posteriormente, o Construtivismo. As obras eram denominadas “construções” ao invés do tradicional “esculturas” e usavam o metal como matéria prima.


(8) O estilo que ficou conhecido como Futurismo nada mais era que uma exaltação do futuro, da velocidade; não o corpo tendo velocidade, mas a velocidade em si, o movimento. Para isso, linhas retas, curvas e cores que sugeriam a rapidez.



A produção artística não deveria ter vínculo algum com os pensamentos racionais, então sendo um resultado de uma psique automática. Os elementos selecionados e combinados ao acaso serviam como crítica aos valores tradicionais, agora responsáveis pelo caos instalado na Europa durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Assim era o Dadaísmo.



(9 e 10) A arte perpetuada por Salvador Dali, o Surrealismo, era a manifestação do subconsciente. Nas obras, a ausência de preocupação estética, razão e moral era intensa. Muitas vezes, a realidade era retratada de maneira excessivamente realista, mas somada a elementos inexistentes, gerava um conjunto irreal. O que as deixavam num patamar parecido com alucinações e sonhos.













Afinal, o que faz um quadro desses ser considerado ARTE? Que critérios são usados para tal? Toda vez que assisto ao filme “O sorriso de Mona Lisa” – com a Julia Roberts e a Kirsten Dunst, respectivamente Katharine Watson e Betty Warren – penso nisso... Talvez seja a cena em que a professora Watson mostra um desenho de uma vaquinha e fala que alguém o considerou arte. Betty, a aluna que implica com tudo e todos, pergunta quem fez e quem considerou; ao tomar conhecimento que o desenho era da professora para sua mãe, a aluna diz que não era a “pessoa certa” para dizer se a pintura era arte ou não. Watson questiona quem são as tais “pessoas certas” que têm o poder de caracterizar uma imagem como arte. Muito ironicamente, outra aluna responde “Betty Warren! Que bom termos uma por aqui!”. Essa cena nunca me fez pensar tanto nesse assunto de arte, mas outro dia enquanto olhava uns desenhos fiquei matutando a respeito...
De acordo com o Dicionário de Língua Portuguesa da Editora Larousse, Arte é “
habilidade, talento, perícia para uma atividade” e, ainda, “caráter, produção, expressão ou concepção do que é belo”. Na verdade, assim como a mãe da personagem do filme que considerou um desenho de uma vaquinha uma obra de arte, tudo pode ser arte... Depende exclusivamente da nossa vontade...


Sendo assim, eu proponho um leilão para vender os quatro quadros abaixo. Ainda não sei de quanto será o lance mínimo, que que vocês acham?

























































E então, já posso marcar o dia do leilão? Hehehehe... Ah, ai daquele que ousar falar que eu só estou promovendo o leilão porque o artista que fez as três obras é o meu irmão - e a última é minha mesmo. Hehehehe... Ora, um pouco de confiança não faz mal a ninguém!

Juízo, povo!
Um beijo!



As imagens 1-10 foram retiradas do livro História da Arte de Graça Proença, pela Editora Ática.
1) O grito (1893) - Munch – p. 152
2) Natureza Morta com Peixes Vermelhos (1911) - Matisse – p. 154
3) O poeta (1911) - Picasso – p. 155
4) Mulher com violão (1908) - Braque – p. 155
5) Batalha (1910) – Kandinsky – p. 159
6) Árvore Vermelha (1909-1910) – Mondrian – p. 161
7) Construção Linear – Gabo – p. 160
8) Formas Únicas de Continuidade do Espaço (concebida em 1913 e fundida em 1931) - Umberto Boccioni - p. 164
9) Mae West (1934-1936) – Dali – p. 166
10)Noitada Esnobe da Princesa - Miró – p. 167

As imagens 11-14 foram feitas no computador mesmo.
11) GTA – 2007 – Marcelo Henrique C. K.
12) Motocicleta de Polícia – 2007 – Marcelo Henrique C. K.
13) T-rex – 2008 – Marcelo Henrique C. K.
14) A menina no campo – 2008 – Cibele C. K.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu compro "A menina no campo" em troca de um abraço. E aí, topas? ;P

Poxa, Ci, tou com saudades. Mas falta pouco.
Beijo na ponta do nariz ;*